Independiente de Medellín lavou mais de US$ 150 milhões para traficantesAgência EFE
O Independiente de Medellín, da Colômbia, foi administrado nos últimos 30 anos por seis mafiosos que lavaram mais de US$ 150 milhões (pouco mais de R$ 265 milhões) provenientes do tráfico de drogas, denunciou nesta segunda-feira o ex-revisor fiscal do clube, Juan Bautista Ávalos.
A fonte, que trocou de identidade diversas vezes por temer represálias, esteve ligada à equipe de Medellín entre 2001 e 2004.
- A legislação que rege as equipes é tão confusa, ridícula e generosa, que, unida à falta de controle do Estado, permite que os narcotraficantes tenham facilidade para lavar muito dinheiro - afirmou.
Pablo Correa Ramos, Héctor Mesa, Guillermo Zuluaga, Julio César Villate, Jorge Castillo e Rodrigo Tamayo, dirigente entre 1988 e 1992, e depois de 1998 a 2007, são os cartolas que o ex-revisor fiscal do Medellín assinala como "mafiosos a serviço do narcotráfico".
Ávalos relatou as diferentes maneiras como as atividades futebolísticas da equipe eram
aproveitadas para lavar dinheiro.
- Tamayo comprou direitos esportivos e fez empréstimos ao Medellín por US$ 5 milhões (cerca de R$ 9 milhões) quando comprou a equipe em 1998, e durante nove anos ocultou a origem do dinheiro através de testas-de-ferro. Outra forma é através da transferência de jogadores. Dizem que vendem um jogador por 800, mas repassam à equipe apenas 100. Também podem vender um jogador, como John Javier Restrepo, por US$ 1,08 milhão, mas desviar US$ 400 mil a Rodrigo Tamayo, ou a seu representante no México - disse.
Ávalos indicou que vários destes empresários foram assassinados pela máfia entre 2001 e 2004.
- Tamayo lavou ativos, usou testas-de-ferro (...) houve enriquecimento ilícito, evasão de impostos e contabilidade fraudulenta - afirmou.
A fonte, que publicou um livro na internet com estas denúncias, intitulado "Narcolavadora", assegurou temer por sua vida.
- Quero deixar de me esconder e voltar a trabalhar, ser o auditor e o revisor fiscal que sempre fui - comentou.
Por sua parte, Rodrigo Tamayo negou as acusações do ex-revisor fiscal do Medellín.
- Tudo o que fizemos no Medellín foi transparente e está pronto para ser revisado por quem seja.
Há sete anos sou pastor da Igreja Adventista, sei que Deus está comigo e não tenho nada a esconder - afirmou.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
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