segunda-feira, 24 de março de 2008

Domingo de tristeza e saudades ...

Ontem foi literalmente um domingo diferente.

Primeiro pelo falecimento do amigo Mocó. Segundo pela realidade vista no Morumbi na parte da tarde.

Nunca poderemos imaginar que alguns fatos podem acontecer conosco e pessoas próximas. A Chacina, fato cada vez crescente nos dias de hoje é um deles. Como poderíamos imaginar que isso poderia atingir nosso querido amigo Mocó ? Carismatico, simpático, coração bom, esforçado em agradar os companheiros (as) em tudo que lhe fosse possível. Qualidades mil que poderiam ser deescritas pelas dezenas de amigos que deixa neste plano. Mas coisas deste tipo acontece e pessoas que vivem nas periferias ou anda nelas, poderão ser índice desta brutalidade covarde realizadas constantemente.

Quem conhecia o Mocó sabe que não se tratava de um criminoso. O fato que o levou a ser julgado a morte foi de ser mais um filho da periferia, amigos de outros milhões de filhos da periferia. Mocó nunca deixou de conviver com membros de sua comunidade independente das escolhas dos mesmos. Se eram trabalhadores, malandros, traficantes, desempregados. Seu coração bom não diferenciava isso onde morava e convivia.

Sabemos que tais chacinas são feitas por policiais, mas culparemos ou direcionaremos os pensamentos as instituições de nossas "Policias" ? Não, convido a olharmos para o modelo de sociedade que vivemos e para onde ela encaminha-se. Pensando amplamente consigo compreender a falência das politícas públicas e nossa realidade. Não descreverei meus milhões de reflexões de ontem, mas a sociedade em que vivemos esteve constante. Temos uma policia comandada pelos pais da ditadura e seus filhos, não poderia ser diferente mediante sua própria falência de atuação.

Enfim, nada disso também ira trazer nosso querido Mocó de volta, aliais, minimamente o que podemos fazer é orar por este grande companheiro e agirmos melhor, a cada momento, em cada atitude nossa mesmo que ela possa ser considerada pequena e irrelevante. Concentrado sempre em termos uma sociedade melhor, isso que podemos fazer pelo amigo Mocó e os milhões de filhos da Injustiça e Intolerância. Lutarmos das diversas maneiras que temos para a construção de uma sociedade mais branda e solidária, mas comecemos nas pequenas atitudes e jamais, jamais acreditar na normalidade das percas de valores, pois, isso será nosso colapso.

Morumbi.

Foi um animo diferente ir para o estádio ontem.

Primeiro pela morte do querido Mocó, depois por saber que o estádio estaria vazio, não termos iunstrumentos e faixa no jogo e mais um dia de uma adversidade que nada combina dentro dos Gaviões.

Chegamos no estádio, eu e o companheiro Rafa, amigo leal que se afina aos meus pensamentos de Gaviões.

É estranho, parece que vivemos num outro Gaviões da Fiel, tipo, coisa nova e reações no espiríto diferentes onde luto com a serenidade e paciência para todas as aceitações que necessito, até para melhor contribuir com tudo isso.

Chegando começa a se formar um cenário que imagino aos mais novos e aos que vivem os Gaviões se parece muito estranho. Ou seja, cada grupo em seu canto.

Sabia que seria um jogo diferente, sem os instrumentos para ajudar a empurrar o Timão, empurrar nossa torcida levando a mística da arquibancada para dentro do campo.

Quando adentrei do túnel a arquibancada laranja, local destinado a nós das organizadas, um choque que saberia que tomaria. Arquibancada vazia, desmobilizada. Isso é estranho para nós da Fiel Torcida.

Faltando 10 minutos para o jogo iniciamos a mobilização para nos concetrarmos na arquibancada e começarmos nossos incentivos. De cara senti que o jogo seria difícil.

Hoje convivemos na arquibancada com uma camada se associados novos muito grande, muitos necessitando da velha formação que tínhamos nos Gaviões, ou pelo menos a mística que coletivamente passavamos aos sócios não frequentes da sede mas que sentia na convivência nas arquibancadas. Outro ponto, muitos que hoje estão nas arquibancadas também não viveram os anos que passamos sem intrumentos, onde cada jogo nosso meta era cantas e marcar na palma da mão. Anos de insistência, de ressaltação na sociedade onde mostramos que OS GAVIÕES JAMAIS ACABARÁ. Analiso que muito não pegaram esta fase e ontem muitos viveram seu primeiro jogo sem os intrumentos a pegada foi devagar.

Fiquei no meio da torcida até onde consegui, estava com dificuldades de me concentrar como faço, de assistir o jogo e acompanhar o ritmo da torcida, por gritos e etc. Segundo tempo como de costume, fui dar uma hidratada, mas na volta fiquei sentado, queria analisar a coisa de fora mesmo.

Chego a conclusão, que sei que é de muitos da torcida, que precisamos fazer algo para combater tais mudanças, mas o que fazer ? Parece fácil propor dezenas de ações a serem implantadas na torcida, de fortalecer o corinthianismo. Difícil mesmo é pensar em algo que agrega todas as partes, de termos as certezas que nada atrapalharia e faria que o trabalho se aniquilasse em seu tramite.

Mas uma coisa é certa, alguma coisa precisamos fazer.

Um domingo diferente, sensações diferentes. Hoje uma segunda de espectativa, que algo de positivo possamos ganhar no final do dia. Que seja melhor que o domingo, marcado não pelos ovos de páscoa, mas de sentimentos de perda, mas não sem os sentimentos de que algo possamos fazer sempre.

Muita paz ao Mocó e aos dias que virão.

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